Felipão entrega o cargo na seleção brasileira e CBF
confirma saída do técnico
Luiz Felipe Scolari não é mais o treinador da seleção
brasileira. No fim da noite deste domingo, dois dias depois da derrota por 3 a
0 para a Holanda, pela decisão do terceiro lugar da Copa do Mundo, a
CBF aceitou o pedido de demissão. Felipão, segundo o seu assessor de imprensa,
ainda não havia sido avisado da decisão da entidade - o técnico estava
dormindo. O anúncio foi feito pela Rede Globo. O comunicado oficial da CBF
deverá ser feito nesta segunda-feira.
Com Felipão, saíram também todos os componentes da comissão
técnica da seleção, inclusive o coordenador técnico Carlos
Alberto Parreira e o auxiliar técnico Flávio Murtosa. O treinador, campeão
do mundo em 2002, ficou em posição muito frágil por causa da goleada por 7
a 1 sofrida na partida contra a Alemanha, pela semifinal do Mundial.
Felipão assumiu o comando da seleção pela segunda vez no
fim de 2012, logo após a demissão de Mano Menezes. Amparado pelo prestígio de
campeão mundial, o gaúcho ganhou ainda mais força com o título da
Copa das Confederações, conquistado com uma espetacular vitória sobre a Espanha
na final.
No total, o treinador comandou a equipe em 29 jogos, com
19 vitórias, seis empates e quatro derrotas (aproveitamento de 72,4%) - o time
marcou 70 gols e sofreu 29 (14 deles naCopa do Mundo). No Mundial, foram
três vitórias, dois empates e duas derrotas.
Agora a CBF terá a tarefa de contratar um novo técnico
para a equipe nacional. O principal candidato ao cargo é outro
gaúcho, Tite, campeão da Libertadores da América e do Mundial de Clubes com
o Corinthians em 2012.
A derrota por 3 a 0 para a Holanda foi fundamental para
que o presidente da CBF, José Maria Marin, mudasse os planos em relação ao
futuro treinador. Além de abandonar a ideia de manter Luiz Felipe Scolari pelo
menos até o fim do ano, ele vinha sendo aconselhado a anunciar logo o
substituto, para começar a "virar a página" do fracasso na Copa e,
acima de tudo, causar impacto.
Na véspera do revés contra os holandeses, Marin estava
disposto a dar sobrevida a Felipão, entre outros motivos, para não dar a
impressão de que o "jogou aos leões". Mas após mais uma montagem
equivocada de equipe (na visão do dirigente) e das vaias no Mané Garrincha,
percebeu que não vale a pena ir contra a maré.
ARREPENDIMENTO
Se pudesse voltar a 7 de maio, quando apresentou os 23
jogadores para a Copa, Felipão teria feito alterações. Ele próprio confessou
isso em uma das entrevistas coletivas realizadas durante a Copa do Mundo.
Depois de 49 dias e duas derrotas para Alemanha e Holanda, o técnico
sabe que não teve o retorno que esperava de alguns atletas do grupo brasileiro.
O treinador tampouco esperava o revés da saída de Neymar,
lesionado nas quartas.
Sem
o craque, a seleção se perdeu, encolheu e não
conseguiu vencer os adversários mais tradicionais. Os jogadores brasileiros não
souberam reagir durante o confronto contra a Alemanha.
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