O volume de negócios foi fraco, 30% abaixo de um dia normal, segundo operadores, por conta do calendário esvaziado de eventos desta segunda-feira e a expectativa pela agenda dos próximos dias. Os dois mais aguardados são nesta terça-feira (11), com a votação do pedido de crédito suplementar do governo, e na quinta-feira (13) a apresentação do relatório da comissão especial sobre a reforma da Previdência. Na máxima, pela manhã, a moeda americana chegou bem perto dos R$ 3,90 (R$ 3,8994).
“O mercado abriu comprando dólares, com o temor da repercussão das notícias envolvendo Moro”, destaca o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem. Ao longo do dia, quando aumentou a percepção de que o impacto é pequeno, principalmente na Previdência, o movimento de compra perdeu força, ressalta ele. O exterior positivo, com alta das bolsas em Nova York, e queda do dólar ante alguns emergentes, como México, Turquia e África do Sul, também contribuiu para reduzir a valorização da moeda americana aqui. O dólar, porém, subiu ante divisas fortes.
O cientista político Luciano Dias, da CAC Consultoria Política, avalia que, considerando o que foi conhecido até agora, é neutro o impacto político do vazamento, na medida em que não trazem nada de novo e não há citação de políticos do Congresso ou menções a Jair Bolsonaro. “Pode parecer escandaloso, mas não é nada de novo”, disse ele, destacando que era evidente que havia algum tipo de coordenação entre os juristas envolvidos na Lava Jato. Na mesma linha, a consultoria norte-americana de risco político Eurasia avalia que os vazamentos têm impacto na Operação Lava Jato e nas propostas de Moro, mas não na agenda de reformas nem no timing de aprovação da Previdência.
No exterior, o acordo comercial entre o México e a Casa Branca e a possibilidade de avanço nas conversas de Washington com a China ajudaram a elevar a procura por rentabilidade em emergentes. “O anúncio do acordo apoiou a busca por ativos de risco”, afirmam os estrategistas do grupo financeiro holandês ING. “O acordo aumenta a expectativa de que o presidente Donald Trump e o chinês Xi Jinping possam encontrar espaço para diálogo na reunião do G-20 no Japão.”
Estadão Conteúdo
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